terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

...

Às vezes sou precisa como bússola.
Em outras, me perco na vastidão de mim.
Às vezes sou asas imensas.
Em outras, sou chão, raízes firmes.
Às vezes sou âncora segura.
Em outras, um barco a deriva.
Às vezes sou olhar calmo e sereno.
Em outras, todo o espanto nos olhos.
Às vezes vou ao limite, sou ponto final.
Em outras, um mundo de reticências.
Em outras, o sentir da saudade.
Às vezes, a calmaria de águas plácidas.
Em outras, a ferocidade do mar revolto.
Às vezes, sou cores vibrantes.
Em outras, uma soturna palidez.
Às vezes, sou música contagiante.
Em outras, abissal silencio se faz.
Às vezes, sou inteira.
Em outras, sou fragmentos.
Hoje…

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

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Quando as palavras
secam na garganta
no momento exacto de as dizer
parecem rochas encrostadas na terra
impossíveis de as moldar.

Fico na impotente ansiedade
como náufrago, sem gritar.

Sei como são cruéis
e tiranas as palavras
que se recusam a pronunciar-se
naquele exacto momento
em que mais são precisas.

Quando me acontece contigo
substituo-as pelo olhar
e as mãos dizem o resto...

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

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"Amo-te sem saber como, nem quando, nem de onde,
Amo-te directamente, sem problemas nem orgulho:
Assim te amo porque não sei amar de outra maneira,
a não ser deste modo em que não sou nem és,
tão perto que tua mão sobre o meu peito é minha,
tão perto que se fecham teus olhos com meu sono."