quarta-feira, 12 de maio de 2010

...


Entre os teus lábios
é que a loucura acode,
desce à garganta,
invade a água.

No teu peito
é que o pólen do fogo
se junta à nascente,
alastra na sombra.

Nos teus flancos
é que a fonte começa
a ser rio de abelhas,
rumor de tigre.

Da cintura aos joelhos
é que a areia queima,
o sol é secreto,
cego o silêncio.

Deita-te comigo.
Ilumina meus vidros.
Entre lábios e lábios
toda a música é minha.

7 comentários:

  1. Olá Vanda

    Adoro Eugénio de Andrade e muito particularmente este poema.

    Gosto de poesia um pouquinho "erótica"..."apimentada"...assim como deve ser a vida.

    Bjs.

    ResponderEliminar
  2. Voltei

    Há pouco faltou-me o termo.

    O poema é sensual!

    Bjs.

    ResponderEliminar
  3. um belo poema, pleno de sensualidade.

    beijo, Vanda.

    ResponderEliminar
  4. O silêncio como a dor, são cegos quando se instalam.

    ResponderEliminar
  5. Eugénio de Andrade é uma lufada de ar fresco em tudo o q já se leu. Boa escolha!!!

    ResponderEliminar
  6. Vanda,

    Bela escolha. Eugénio, sempre!
    Um beijo.

    ResponderEliminar
  7. cego o silêncio.
    --------
    Cego, mas que consegue ver!
    ---------
    Fica bem.
    E a felicidade por aí.
    Manuel

    ResponderEliminar

Notassoltas