Era o último amor. A casa fria, 
os pés molhados no escuro chão. 
Era o último amor e não sabia 
esconder o rosto em tanta solidão. 
Era o último amor. Quem advinha 
o sabor pela escuridão? 
Quem oferece frutos nessa neve? 
Quem rasga com ternura o que foi verão? 
Era o último amor, o mais perfeito 
fulgor do que viveu sem as palavras. 
Era o último amor, perfil desfeito 
entre lumes e vozes passadas. 
Era o último amor e não sabia
que os pés à terra nua oferecia.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Notassoltas