Na dança da vida, o descompasso do tempo, calmaria aparente, tempestade aqui dentro.
E a insónia insistente não quer ir embora, coração ainda sangra, vez por outra ainda chora.
Na dança dos versos, poemas que imploram, nostalgia que eu temo, inquietudes que afloram.
Um sorriso aparente para daqui a algumas horas.
Um café, um cigarro…
Um café, um cigarro…
Na dança do tempo, beija-flor foi para longe,
voou bem depressa, planou para além da barreira da realidade...
voou bem depressa, planou para além da barreira da realidade...
Tempo húmido lá fora, secura aqui dentro, as notícias que guardo são antigas, faz tempo.
Madrugada fria de Agosto, respiração afrontada.
O poema que nasce não diz o que eu quero,
sei que não desisto, sei que não te espero.
Olha, olha para mim...
Olha com atenção...
Ouves o coração bater?
Acredita...
Aconteça o que acontecer
Ele irá continuar assim...
Olha com atenção...
Ouves o coração bater?
Acredita...
Aconteça o que acontecer
Ele irá continuar assim...
3 comentários:
Muito bonito o que escreves mesmo.
BJS*
Alberto Caeiro
XLIX - Meto-me para Dentro
Meto-me para dentro, e fecho a janela.
Trazem o candeeiro e dão as boas noites,
E a minha voz contente dá as boas noites.
Oxalá a minha vida seja sempre isto:
O dia cheio de sol, ou suave de chuva,
Ou tempestuoso como se acabasse o Mundo,
A tarde suave e os ranchos que passam
Fitados com interesse da janela,
O último olhar amigo dado ao sossego das árvores,
E depois, fechada a janela, o candeeiro aceso,
Sem ler nada, nem pensar em nada, nem dormir,
Sentir a vida correr por mim como um rio por seu leito.
E lá fora um grande silêncio como um deus que dorme.
Obrigada, netmito... volta sempre.
Linda Teresa.
Belo Poema, gostei muito...
Beijo meu
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