sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Volta Tolerância!...

Logotipo do Opeth, a trilha sonora para este post.


Há dias em que esse coração aqui diz baixinho que algo não vai bem. Nesse caso, a tolerância resolveu fazer uma viagem e me deixar sozinha, a ver navios... Abandonar-me de repente...

Isto me trouxe um sentimento de perda, de abandono, pois a despeito de meus inúmeros defeitos, sou considerada uma pessoa altamente tolerante. Não é à toa que costumo ser elogiada pelo meu desempenho profissional, e apesar do trabalho não ser fácil, o difícil mesmo é lidar com o ser humano. Disso eu não tenho a menor dúvida.

Foi a partir dessa falta de tolerância repentina que se criou essa fase tão louca e intrigante em mim. E diga-se de passagem, nem estou na TPM. Facto que corrobora ainda mais, para minha tristeza(ou não), uma possível permanência dos sintomas.

Sinto como se a ignorância me incomodasse, a insensibilidade me horrorizasse, a alienação me causasse ânsia de vômito e a teimosia me enlouquecesse.
Em tempos não muito remotos, situações que me provocassem incômodo, horror, enjôo ou loucura geralmente me levavam a atitudes directas, exasperadas, rudes e implacavelmente honestas até.
Mas nessa minha actual fase nada ortodoxa, estou tão estranha, que até em casos bem semelhantes aos habituais, me sinto impelida a agir de formas nunca antes experimentadas.

Portanto, uma reviravolta radical ocorre em minhas ações.
Diante da ignorância que incomoda, que não permite nenhum tipo de ajuda, nem discordância, tendo a me calar.
Diante da insensibilidade que horroriza, que promove equívocos, não me indigno mais.
Diante da alienação que causa ânsia de vômito, escolho balançar minha cabeça e apenas engolir o sapo.
E por fim, diante da teimosia que enlouquece, que dificulta qualquer diálogo ou conversa, prefiro ceder, tentando concordar e pronto.

O estranho é que mesmo depois de uma mudança tão visível e drástica como essa, algumas questões insistem em me atormentar.
Será que isso tudo não passa de mera evolução?
Será a vantagem da experiência, da idade chegando?
Será que estou ficando menos honesta e perdendo minha tão estimada autenticidade?
Será que estou deturpando meu bem mais precioso, meu carácter?
Será que agir assim é sinônimo de amadurecimento?
Será que é demonstração de sabedoria?
Será que é uma estratégia para evitar conflitos?

Sinceramente, não sei responder.
E espero que, se houve realmente uma mudança, que esta seja para melhor. Afinal, para que serviria amadurecer no que quer que seja a situação, se não para um efectivo aperfeiçoamento do ser?

6 comentários:

butterfly disse...

Não acredito em mudanças repentinas.
Vais ver que a ignorância vai voltar a causar-te arrepios; a insensibilidade, horror; ...
Amadurecer? Aperfeiçoamento do ser?

Olho à volta e fica-me na pele a sensação de, quanto mais o tempo passa,vazio.
Beijo

butterfly disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Xana disse...

Talvez assim seja... o importante é hoje...
há situações vividas únicas que te leva a uma serie de interrogações em tudo que te rodeia.
A mudança essa tem que existir... tem é formas diferentes de tentar preencher o vazio...

Beijo, butterfly

Teresa Durães disse...

se não há mudança, então há morte. eu cá não sou nenhum morto-vivo!

Teresa Durães disse...

Resposta ao Voando: por mais incrivel, os amendoins combatem o colestrol eheheheheh quanto o peso... cof cof cof

isabel disse...

Cansaço e uma fase, esperemos.

Anuir a tudo só por comodismo, é muito mau, é deixar de viver.

Gostei do blog Xana!