Tempo — definição da angústia.
Pudesse ao menos eu agrilhoar-te
Ao coração pulsátil dum poema!
Era o devir eterno em harmonia.
Mas foges das vogais, como a frescura
Da tinta com que escrevo.
Fica apenas a tua negra sombra:
— O passado,
Amargura maior, fotografada.
Tempo...
E não haver nada,
Ninguém,
Uma alma penada
Que estrangule a ampulheta duma vez!
Que realize o crime e a perfeição
De cortar aquele fio movediço
De areia
Que nenhum tecelão
É capaz de tecer na sua teia!
Pudesse ao menos eu agrilhoar-te
Ao coração pulsátil dum poema!
Era o devir eterno em harmonia.
Mas foges das vogais, como a frescura
Da tinta com que escrevo.
Fica apenas a tua negra sombra:
— O passado,
Amargura maior, fotografada.
Tempo...
E não haver nada,
Ninguém,
Uma alma penada
Que estrangule a ampulheta duma vez!
Que realize o crime e a perfeição
De cortar aquele fio movediço
De areia
Que nenhum tecelão
É capaz de tecer na sua teia!
4 comentários:
Um poema lindo! Mas o agrilhoar não implica não deixar voar?
Linda Teresa, agrilhoar ao coração.
Voar sim. Em sintonia com o caminho.
...se o tempo fosse algo que possuíssemos, o tempo não seria tempo mas uma eternidade...
...daí que o tempo não tem tempo para ter tempo de ser tempo e nele voarmos e nos aquietarmos...
...gostei da poesia
O tempo que queremos e não existe, o que existe e nem sempre queremos.
Um poema cheio de encanto, parabéns.
Desejos de um excelente 2010!
Chris
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