entre a queda do poente
e o despontar da alvorada
Noite em que me perco e me enleio
numa teia entorpecente
tecida pela madrugada
Noite de náufragos à deriva
de tempestade escondida
nos gelos da solidão
Noite a do silêncio que abriga
uma angústia ressequida
nas cinzas duma canção
Noite companheira da incerteza
catapulta de ilusões
manto de sonho e de cio
Noite a fogueira sempre acesa
alimentando os vulcões
dos corpos em desvario
Noite onde germinam conversas
onde as palavras se perdem
em sílabas murmuradas
Noite o centro de mil promessas
que se compram que se vendem
e outras tantas adiadas
Noite tempo lento dum percurso
que vai do meu corpo ao teu
em dádivas de ternura
Noite o derradeiro recurso
de alguém que tal como eu
vive da noite a aventura
Noite com ela vens de mansinho
à alcova dos meus segredos
que vou partilhar contigo
Trazes da noite todo o carinho
que desliza entre os meus dedos
e adormeces comigo...
Noite a fogueira sempre acesa
alimentando os vulcões
dos corpos em desvario
Noite onde germinam conversas
onde as palavras se perdem
em sílabas murmuradas
Noite o centro de mil promessas
que se compram que se vendem
e outras tantas adiadas
Noite tempo lento dum percurso
que vai do meu corpo ao teu
em dádivas de ternura
Noite o derradeiro recurso
de alguém que tal como eu
vive da noite a aventura
Noite com ela vens de mansinho
à alcova dos meus segredos
que vou partilhar contigo
Trazes da noite todo o carinho
que desliza entre os meus dedos
e adormeces comigo...
8 comentários:
Na noite tudo se perde, mora a sombra o desvario...mas tmbém o mistério o feitiço...
Nesta baía
Quando chega ao fim do dia
As pedras dormem com o mar
Quando vem a calmaria
Bom domingo
Mágico beijo
Cara amiga, gosto do texto e também da imagem !
Todas as coisas
são possíveis para
quem se atreve.
Beijos
(esta cor da letra põe os meus olhos um pouco achinesados=
tá bem, essa noite toda
é quando ela chega que os meus sentidos despertam por isso faço dela minha companheira de insónia. Vivo-a.
Fiquei presa às palavras.
Belíssimo este poema, muito mesmo
Um beijo
ainda sobre a noite, deixo-te aqui a única coisa minha que publiquei até à data (6.9.2007)
Noite
É a esta hora, quando a noite se espreguiça, que eu a habito.
É neste espaço entre dois mundos, onde o visível e o invísivel se confundem, que sinto a porosidade do tempo. Aqui, neste lugar, deixo de ser corpo. Sou alma.
Não preciso de dormir para te sonhar. Posso estar de olhos fechados, abrem-se à tua voz.
Enlaçam-se e entrelaçam-se o sonho e a realidade.
Aqui és real
porque te imagino
e é assim que construo um caminho que me leva até ti.
Imagens poderosas estas que adensam o ritmo da minha respiração.
E aí contemplo-te . Quase sinto o roçar da tua pele na minha pele e oiço o som das tuas palavras húmidas, murmuradas ao meu ouvido.
Quando te digo vem, desperto. Estou só.
Sem ti, mas contigo.
Gi
29.08.2007
Espero que gostes :) é filho unico no blogue
já fui noctívaga .qdo estudava. sempre melhor à noite com muitos cigarros. hoje sou mais diurna. aí pelas 4h da tarde já fico sem energia...
adorei ler-te. e aproveito para dizer à Gi que também gostei muito do poema!
beijos às duas
Soberbo, minha amiga.
Também eu adoro a noite.
Tenho escrito muito sobre ela.
Talvez nunca com este talento.
Chamo-lhe a minha 25ª hora.
Tenho aliás um post com esse título no meu blog.
Beijinhos e veludinhos.
Noite que o mundo me fazes contornar,
num segundo subliminar,
noite de todos os mistérios e veus,
e é durante a noite que muitas vezes chegi aos ceus.
Noite não é algo irrelevante,
mas também sonhador,
algo que se segue doravante,
como um pássaro voador.
Como uma coruja das torres,
de que toda a gente diz horrores,
a noite é incompreendida,
tal como as letras desse poema que endicam que estavas perdida...
Jokinhas
Enviar um comentário