sexta-feira, 29 de junho de 2007

“Amor perfeito baah..."

O conceito de amor vai mudando ao longo da vida. Quando jovenzinhos, com as hormonas aos saltos, achamos que o mundo é perfeito e que a nossa alma gémea existe, basta procurá-la bem.
Na casa dos vinte, essa idealização da alma gémea já desapareceu. Depois de tanto batermos com a cabeça no tecto, apenas queremos encontrar alguém que nos ature e que seja fácil de aturar.
Aquando trintões, o pensamento já é mesmo “casar, casar já!”. Vemos casais por tudo o que é lado, a nossa família quer ver-nos amarrados a alguém custe o que custar e a lista de casos que não passaram disso ocupam já duas folhas A4.
Depois, já casados e quarentões, vivemos a monotonia da vida. Já experimentámos todas as posições, já sabemos de cor como é o corpo do outro cônjuge e apenas parecemos viver para os nossos filhos. Amor fica sinónimo de convivência, habituação.
Em velhos, então, amor já se transformou mesmo em dependência.
Eu sei que estou a generalizar e que esta é uma imagem muito negativa daquilo que é uma vida a dois, mas a minha situação actual é de total desacreditação face àquilo a que chamam de Amor. Não estou com paciência para engates, para o começar tudo de novo, para o paraíso das primeiras semanas e a desilusão das seguintes.
Não sou fácil namorada, admito. Há uma música do António Variações que reproduz na íntegra o que sou numa relação: “Eu só estou bem onde não estou, porque eu só quero ir aonde não vou”. Quero quem não tenho e ignoro quem me quer. Quando estou com pessoas carinhosas aquilo parece-me muito lamechas, quando estou com alguém que nada tem de romântico só me apetece é olhares de velas. Quando dou sim… quero receber e quando recebo não me sabe bem…(in)constante
Não me considero uma pessoa difícil (nem pouco mais ou menos), mas no que concerne a relações, caramba, será que ainda tenho um longo caminho a percorrer…
Uma amiga uma vez disse-me que o meu mal era ser demasiado exigente.
A coisa não está fácil para o meu lado, não por falta de opções. É sim porque hoje, agora... não acredito no amor. E amanhã?

4 comentários:

Teresa Durães disse...

pois, não sou perita neste assunto. Ainda terei de regressar umas quantas vidas para perceber melhor isto apesar de ter visto os meus avós com cinquenta anos de casados e o olhar de apaixonado nos olhos do meu avô.

beijos

Bia disse...

vou te dizer uma coisa se eu escrevesse isto no meu blog não aletrava nem uma virgula no teu texto... assim me sinto também... casada, filhos e a vida a dois uma habituação... não é o quadro mais bonito, mais infelizmente o que se pode arranjar por enquanto...
e o amor perfeito não existe baah, só se estiverem a falar da planta :))
beijos e valeu passar por aqui, pelo menos não me sinto tão sozinha :(

Maresia e Luar disse...

Acho que tens umas tantas verdades (assim nuas e cruas) no que dizes. Mas afinal o que é o amor... acho que nos ensinaram foi a fórmula errada... Todavia, talvez por tudo ou por nada, acredito e vivo em Amor.
Beijinhos!

A.S. disse...

O teu texto traduz um estado de espirito. Como te entendo Xana!...
Mas não esqueças que por vezes um olhar, um gesto, ou um simples sorriso, podem mudar o curso de uma vida...


Um terno beijo!