sexta-feira, 6 de julho de 2007
E Por Detrás Dos Mitos E Das Máscaras, A Alma, Que Está Só."
"Alta na tarde, altiva e louvada,
Cruza o casto jardim e está na exata
Luz do instante irreversível e puro
Que nos dá este jardim e a alta imagem,
Silenciosa.
Vejo-a aqui, nesta hora,
Mas também a diviso num antigo
Fulgor crepuscular da Ur dos Caldeus,
Ou então descendo a lenta escadaria
De um templo, que é inumerável pó
Do planeta e que foi pedra e soberba,
Ou decifrando o mágico alfabeto
Das estrelas de outras latitudes,
Ou aspirando uma rosa na Inglaterra.
Está onde houver música, no leve
Azul, e no hexâmetro do grego,
Em nossas solidões que a procuram,
No liso espelho de água de uma fonte,
No mármore do tempo, numa espada,
Nessa serenidade do terraço
Que divisa poentes e jardins.
E por detrás dos mitos e das máscaras,
A alma, que está só."
Etiquetas:
3 de novembro de 1970,
P. Neruda - Buenos Aires
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4 comentários:
credo, devo estar grog de todo (sem ter consumido nada)
não consigo ler :(
só o título que já é bem bonito
beijos linda
Nos mesmos somos uma mascara da vida, e procuramos no exterior a tranquilidade da alma, que permanece só e enclausurada nos nossos labirintos
***
A alma não está só... nunca está... nós é que nos mascaramos durante a vida...
beijo
Todos temos a "nossa" máscara... e muitas vezes nem percebemos que estamos a usá-la!
Um terno beijo Xana... e bom fim de semana
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