Hoje o sol mergulhou no horizonte,
por entre os cadáveres hirtos
De árvores ressequidas
Tirar dentro do peito a Emoção,
A lúcida Verdade, o Sentimento!
- E ser, depois de vir do coração,
Um punhado de cinza esparso ao vento!...
Sonhar um verso de alto pensamento,
E puro como um ritmo de oração!
E ser, depois de vir do coração,
O pó, o nada, o sonho dum momento...
São assim ocos, rudes, os meus versos:
Rimas perdidas, vendavais dispersos,
Com que eu iludo os outros, com que minto!
Quem me dera encontrar o verso puro,
O verso altivo e forte, estranho e duro,
Que dissesse, a chorar, isso que sinto!
3 comentários:
sinceramente há muito que não leio nada ssim tão intenso e sentido, é esta escrita do sentimento que me acalma a alma inquieta.
Bjs.
Florbela Espanca, a mulher dos extremos (sabias?), entre a euforia e a depressão.
Adoro a poesia dela.
Sim Teresa,
Mulher dos extremos...
O sofrimento, a solidão, o desencanto, aliados a imensa ternura e a um desejo de
felicidade e plenitude.
Florbela Espanca, a sua Poesia é de uma imensa intensidade lírica e profundo erotismo.
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