quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
Saudade... Mata a cada despertar...
Na solidão na penumbra do amanhecer.
Via você na noite, nas estrelas, nos planetas,
nos mares, no brilho do sol e no anoitecer.
Via você no ontem , no hoje, no amanhã...
Mas não via você no momento.
Que saudade...
- Mário Quintana -
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
O Seu Rosto Branco...
Em tantas casas e praias fui falando.
João Camilo in «A Mala dos Max Brothers»,
Editorial Caminho, Lisboa 1988
Estava de copo na mão a saber que me olhavam;
ao sol e quase nu de bruços no calor da areia.
Com os lábios perturbava a saliência de uma orelha,
na minha perna direita repousava, dócil, a face esquerda
de um rosto, pele misteriosa. Os convidados
da festa decidiam partir. Quebrava-se o andar da noite,
eu vi-me só, posta em perigo a minha sede, toda
a ternura. Perseguíamos o prazer, talvez a imagem
da infância, esperávamos pelo sentido dos dias.
A rapariga japonesa tinha-me dito: você quer beber?
E também ela partira, o seu rosto branco
levara para longe a sugestão das flores de cerejeira.
ao sol e quase nu de bruços no calor da areia.
Com os lábios perturbava a saliência de uma orelha,
na minha perna direita repousava, dócil, a face esquerda
de um rosto, pele misteriosa. Os convidados
da festa decidiam partir. Quebrava-se o andar da noite,
eu vi-me só, posta em perigo a minha sede, toda
a ternura. Perseguíamos o prazer, talvez a imagem
da infância, esperávamos pelo sentido dos dias.
A rapariga japonesa tinha-me dito: você quer beber?
E também ela partira, o seu rosto branco
levara para longe a sugestão das flores de cerejeira.
João Camilo in «A Mala dos Max Brothers»,
Editorial Caminho, Lisboa 1988
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