sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

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Tens sete olhares diferentes.
Um quando vez a noite entrar no céu devagarinho.
Outro, um olhar partido, quando os pés tocam o caminho molhado pela manhã.
Durante aquela musica, o teu olhar é de chuva.
Quando sentes o cheiro de cafe, das ondas, de uma laranja o teu olhar é brilhante.
Tens um de vidro. Quando olhas mas não vés.
É cego o teu olhar se me tocas.
Um que nunca vi com medo de gastar as cores que deles jorram ate chegarem a mim.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

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Quando de manhã me olho no espelho e o tempo permite que me encontre com as linhas traçadas no meu rosto, observo e penso como cada uma delas denuncia tudo o que a vida já me ofertou. Em cada vinco há um toque de sabedoria, vivida na experiência das lágrimas e dos sorrisos...em cada risco uma marca de Amor, de Saudade, de Alegria.


A minha face é o livro da minha vida, onde tantas páginas já foram escritas e outras, ainda em branco, são escritas também pelas mãos que comigo as têm desenhado em cada detalhe, profundas e felizes, repletas de tanto que a vida nos tem oferecido.


E o tempo passa...a vida escoa-se, em cada minuto reconheço o tão pouco que sei, o tanto que tenho ainda para aprender...Mas esse pouco é o que falta para tudo o resto e com ele poderei chegar ao todo. Mesmo sabendo que perfeição não existe, tento a cada instante aproximar-me, buscando em cada gota de tempo a luz da sabedoria e da serenidade e, em cada gesto das mãos que comigo estão, todos os pedaços de Vida que tenho para Viver.


Amar-te, preencher o tempo que nos é permitido Viver.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

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Foi para ti que criei as rosas.
Foi para ti que lhes dei perfume.
Para ti rasguei ribeiros
e dei às romãs a cor do lume.

Foi para ti que pus no céu a lua
e o verde mais verde dos pinhais.
Foi para ti que deitei no chão
Um corpo aberto como os animais.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

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Compreendo que do outro lado de mim
Haja um quarto vazio
Sem uma gota de memória
Dos lapsos da minha história
Compreendo que o meu tempo esteja errado
Equivocado
E viva à frente da minha memória
Fico zangada comigo quando não o agarro
Ou o deixo fugir
Compreendo mas cansa-me a inteligência abstracta
Compreendo no quarto vazio
As memórias sem data

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Parabéns Amor


Perfeito.
O teu tacto é doce
E no corpo não tens fim.
Marcas o chão com
Amor. Palavras de Amor?

Para mim as palavras são para ti.
A noite larga estrelas que
Repousam na curva que te desce os ombros.
As ondas aí tem um rebentar diferente.

Também sei sonhar.
Imagino-te assim...
Sempre…a meu lado.
Amor da minha vida. Eternamente especial.
Saudade sem fim de olhar-te.
Sempre... no meu viver.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

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O medo parou na sua frente.
Ela, estática, entorpecida pela sua repugnância "nesse caso, a do medo" ali ficou, reticente...
Pensou em recuar, em fugir.
Seria, certamente, a melhor opção.
Mas algo lá dentro dela gritou.
Não tenha medo, não desista.
Siga, siga em frente.
Sempre vá na direcção em que seu medo aumenta.
E ela seguiu.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

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Já tantos escreveram sobre o amor
Que as palavras se desgastaram
E já não servem para mim...
Resta-me o desejo
De num simples e singelo escrito
Dizer-te o que se diz
Num belo poema de amor

E das palavras brotaram
Rios de sentimento
Que escrevo no pensamento
Com aquela tinta incolor
Que se extrai
Da saliva de um beijo
E dura um tempo sem fim.

sábado, 2 de janeiro de 2010

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"Saudade é um pouco como fome. só passa quando se come a presença. mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. essa vontade de ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida."