quarta-feira, 29 de dezembro de 2010


Sou tantas almas em um só corpo, que por vezes me olho no espelho e não me reconheço.
Já chorei de medo de mim mesma, por quantas vezes me acalentei, sufoquei meus gritos, não me permiti chorar, fugi dos que me amavam.
Tenho medo de todos, mas não temo ninguém mais do que temo a mim. Sou imprevisível, laica, absurda.
Sou um corpo que morre todo dia, para acordar bem noutro dia. Mas não me satisfaço com os amanhãs, uma voz quase inexistente grita lá do fundo, anime-se, enquanto muitas vozes fortes e ruidosas riem-se, desdenhando dela.
Por isso nem tentem definir o que sou, se sou triste, se sou desesperada, se sou completa e verdadeiramente lúcida.
Nem eu sei de mim.
Sou a mistura de todas as minhas verdades, vícios e fraquezas
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Chega.

sábado, 11 de dezembro de 2010


Passou tanto tempo!
O que aconteceu?
Nada!
Ajudei-te?
Quis ajudar,
mas não resultou!

Tratei-te como uma flor,
como uma rosa:
vermelha ou amarela!
Queria ver a tua evolução,
tratei-te com todo o amor,
com o coração.
Ilusão ou desilusão?
Não sei responder!

Pensei
que estavas feliz,
mas o Sol não me ajudou.
Foste empalidecendo,
eu fui sofrendo…

Aqui estou triste,
angustiada,
desesperada,
por não haver um sol nascente,
que te ajude,
como eu gostava!

Passou tanto tempo:
ainda estou aqui!
Não como antes,
mas só:
falta-me a rosa,
que já não é como antes!

sábado, 4 de dezembro de 2010

...

Às vezes sou precisa como bússola.
Em outras, me perco na vastidão de mim.
Às vezes sou asas imensas.
Em outras, sou chão, raízes firmes.
Às vezes sou âncora segura.
Em outras, um barco a deriva.
Às vezes sou olhar calmo e sereno.
Em outras, todo o espanto nos olhos.
Às vezes vou ao limite, sou ponto final.
Em outras, um mundo de reticências.
Em outras, o sentir da saudade.
Às vezes, a calmaria de águas plácidas.
Em outras, a ferocidade do mar revolto.
Às vezes, sou cores vibrantes.
Em outras, uma soturna palidez.
Às vezes, sou música contagiante.
Em outras, abissal silencio se faz.
Às vezes, sou inteira.
Em outras, sou fragmentos.
Hoje...

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Perdi os Meus Fantásticos Castelos


Perdi meus fantásticos castelos
Como névoa distante que se esfuma...
Quis vencer, quis lutar, quis defendê-los:
Quebrei as minhas lanças uma a uma!

Perdi minhas galeras entre os gelos
Que se afundaram sobre um mar de bruma...
- Tantos escolhos! Quem podia vê-los? –
Deitei-me ao mar e não salvei nenhuma!

Perdi a minha taça, o meu anel,
A minha cota de aço, o meu corcel,
Perdi meu elmo de ouro e pedrarias...

Sobem-me aos lábios súplicas estranhas...
Sobre o meu coração pesam montanhas...
Olho assombrada as minhas mãos vazias...

quarta-feira, 12 de maio de 2010

...


Entre os teus lábios
é que a loucura acode,
desce à garganta,
invade a água.

No teu peito
é que o pólen do fogo
se junta à nascente,
alastra na sombra.

Nos teus flancos
é que a fonte começa
a ser rio de abelhas,
rumor de tigre.

Da cintura aos joelhos
é que a areia queima,
o sol é secreto,
cego o silêncio.

Deita-te comigo.
Ilumina meus vidros.
Entre lábios e lábios
toda a música é minha.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

...


Discutir a beleza das pedras seria uma tolice.
de mãos dadas com a perfeição, tal como estas,
não têm, a beleza, de existir ou superar-se.

Por outro lado,
ambas existem na ausência de expoentes:
perfeição é mais a busca que o conceito;
beleza não é a evolução da identidade,
é antes o olhar sábio sob o passar dos dias.

A pedra esquece o conceito, superando-o,
e observa os dias, deixando-os passar.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Despertar


É um pássaro,é uma rosa,
é o mar que me acorda?
Pássaro ou rosa ou mar,
tudo é ardor,tudo é amor.
Acordar é ser rosa na rosa,
canto na ave,água no mar

terça-feira, 13 de abril de 2010

...


Devias estar aqui rente aos meus lábios
para dividir contigo esta amargura
dos meus dias partidos um a um

- Eu vi a terra limpa no teu rosto,
Só no teu rosto e nunca em mais nenhum

terça-feira, 23 de março de 2010

ROMANCE NAVIA




Caros leitores, fantástico Romance Navia da autora Teresa Durães. A não perder!

Um Abraço

sexta-feira, 5 de março de 2010

Lançamento


O gosto pela escrita, punhado de palavras, o triunfo de um cérebro optimista.
A Escritora Teresa Durães, com imenso prazer, espera contar com a vossa presença no lançamento do seu primeiro Livro.

Um romance que espera fascinar até à ultima letra.


Lançamento no próximo dia 20 de Março, sábado, pelas 17h00, na livraria do Cinema King, o romance NAVIA.

NAVIA, nasce no ano 410 D.C, época em que a Lusitânia encontra-se instável devido às invasões
dos Suevos, Alanos e Vândalos. O Cristianismo começa a espalhar-se mas tanto a nova
religião como a antiga ainda vivem lado a lado. Ela vive num Castro na montanha.

Ana, nascida neste século, não consegue adaptar-se ao estilo de vida que a sociedade impõe.

Um abraço!

terça-feira, 2 de março de 2010

...


Se todo o ser ao vento abandonamos
E sem medo nem dó nos destruímos,
Se morremos em tudo o que sentimos
E podemos cantar, é porque estamos
Nus em sangue, embalando a própria dor
Em frente às madrugadas do amor.

Quando a manhã brilhar refloriremos
E a alma possuirá esse esplendor
Prometido nas formas que perdemos.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

...

Às vezes sou precisa como bússola.
Em outras, me perco na vastidão de mim.
Às vezes sou asas imensas.
Em outras, sou chão, raízes firmes.
Às vezes sou âncora segura.
Em outras, um barco a deriva.
Às vezes sou olhar calmo e sereno.
Em outras, todo o espanto nos olhos.
Às vezes vou ao limite, sou ponto final.
Em outras, um mundo de reticências.
Em outras, o sentir da saudade.
Às vezes, a calmaria de águas plácidas.
Em outras, a ferocidade do mar revolto.
Às vezes, sou cores vibrantes.
Em outras, uma soturna palidez.
Às vezes, sou música contagiante.
Em outras, abissal silencio se faz.
Às vezes, sou inteira.
Em outras, sou fragmentos.
Hoje…

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

...

Quando as palavras
secam na garganta
no momento exacto de as dizer
parecem rochas encrostadas na terra
impossíveis de as moldar.

Fico na impotente ansiedade
como náufrago, sem gritar.

Sei como são cruéis
e tiranas as palavras
que se recusam a pronunciar-se
naquele exacto momento
em que mais são precisas.

Quando me acontece contigo
substituo-as pelo olhar
e as mãos dizem o resto...

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

...


"Amo-te sem saber como, nem quando, nem de onde,
Amo-te directamente, sem problemas nem orgulho:
Assim te amo porque não sei amar de outra maneira,
a não ser deste modo em que não sou nem és,
tão perto que tua mão sobre o meu peito é minha,
tão perto que se fecham teus olhos com meu sono."

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

...


Tens sete olhares diferentes.
Um quando vez a noite entrar no céu devagarinho.
Outro, um olhar partido, quando os pés tocam o caminho molhado pela manhã.
Durante aquela musica, o teu olhar é de chuva.
Quando sentes o cheiro de cafe, das ondas, de uma laranja o teu olhar é brilhante.
Tens um de vidro. Quando olhas mas não vés.
É cego o teu olhar se me tocas.
Um que nunca vi com medo de gastar as cores que deles jorram ate chegarem a mim.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

...


Quando de manhã me olho no espelho e o tempo permite que me encontre com as linhas traçadas no meu rosto, observo e penso como cada uma delas denuncia tudo o que a vida já me ofertou. Em cada vinco há um toque de sabedoria, vivida na experiência das lágrimas e dos sorrisos...em cada risco uma marca de Amor, de Saudade, de Alegria.


A minha face é o livro da minha vida, onde tantas páginas já foram escritas e outras, ainda em branco, são escritas também pelas mãos que comigo as têm desenhado em cada detalhe, profundas e felizes, repletas de tanto que a vida nos tem oferecido.


E o tempo passa...a vida escoa-se, em cada minuto reconheço o tão pouco que sei, o tanto que tenho ainda para aprender...Mas esse pouco é o que falta para tudo o resto e com ele poderei chegar ao todo. Mesmo sabendo que perfeição não existe, tento a cada instante aproximar-me, buscando em cada gota de tempo a luz da sabedoria e da serenidade e, em cada gesto das mãos que comigo estão, todos os pedaços de Vida que tenho para Viver.


Amar-te, preencher o tempo que nos é permitido Viver.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

...


Foi para ti que criei as rosas.
Foi para ti que lhes dei perfume.
Para ti rasguei ribeiros
e dei às romãs a cor do lume.

Foi para ti que pus no céu a lua
e o verde mais verde dos pinhais.
Foi para ti que deitei no chão
Um corpo aberto como os animais.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

...


Compreendo que do outro lado de mim
Haja um quarto vazio
Sem uma gota de memória
Dos lapsos da minha história
Compreendo que o meu tempo esteja errado
Equivocado
E viva à frente da minha memória
Fico zangada comigo quando não o agarro
Ou o deixo fugir
Compreendo mas cansa-me a inteligência abstracta
Compreendo no quarto vazio
As memórias sem data

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Parabéns Amor


Perfeito.
O teu tacto é doce
E no corpo não tens fim.
Marcas o chão com
Amor. Palavras de Amor?

Para mim as palavras são para ti.
A noite larga estrelas que
Repousam na curva que te desce os ombros.
As ondas aí tem um rebentar diferente.

Também sei sonhar.
Imagino-te assim...
Sempre…a meu lado.
Amor da minha vida. Eternamente especial.
Saudade sem fim de olhar-te.
Sempre... no meu viver.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

...

O medo parou na sua frente.
Ela, estática, entorpecida pela sua repugnância "nesse caso, a do medo" ali ficou, reticente...
Pensou em recuar, em fugir.
Seria, certamente, a melhor opção.
Mas algo lá dentro dela gritou.
Não tenha medo, não desista.
Siga, siga em frente.
Sempre vá na direcção em que seu medo aumenta.
E ela seguiu.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

...

Já tantos escreveram sobre o amor
Que as palavras se desgastaram
E já não servem para mim...
Resta-me o desejo
De num simples e singelo escrito
Dizer-te o que se diz
Num belo poema de amor

E das palavras brotaram
Rios de sentimento
Que escrevo no pensamento
Com aquela tinta incolor
Que se extrai
Da saliva de um beijo
E dura um tempo sem fim.

sábado, 2 de janeiro de 2010

...


"Saudade é um pouco como fome. só passa quando se come a presença. mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. essa vontade de ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida."