quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Uma VIDA...

Conta-se que no século passado, um turista americano foi à cidade do Cairo, no Egipto, com o objectivo de visitar um famoso sábio.
O turista ficou surpreso ao ver que o sábio morava num quartinho muito simples e cheio de livros. As únicas peças de mobília eram uma cama, uma mesa e um banco.
- "Onde estão seus móveis?" – perguntou o turista.
E o sábio, bem depressa, perguntou também:
- "E onde estão os seus...?"
- "Os meus?!" - surpreendeu-se o turista - "Mas eu estou aqui só de passagem!"
- "Eu também..." - concluiu o sábio.

"A VIDA NA TERRA É SOMENTE UMA PASSAGEM... NO ENTANTO, ALGUNS VIVEM COMO SE FOSSEM FICAR AQUI ETERNAMENTE, E ESQUECEM-SE DE SEREM FELIZES."

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Eu não sei quem te perdeu...



E a cada beijo o coração bate na mesma cadencia e muitas asas voam...

domingo, 27 de janeiro de 2008

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O Dia Internacional em memória das Vítimas do Holocausto
Foi a 27 de Janeiro de 1945 que as forças aliadas libertaram os judeus que se encontravam no campo de concentração de Auschwitz.

não há história mais difícil de contar em toda a história da Humanidade” do que a do “Holocausto”.

E porquê? “Em primeiro lugar pelo sofrimento intenso de um povo, estilhaçando com fragor insuportável os limites do entendimento humano” – diz-nos Esther Mucznik*. “Até hoje, o genocício nazi, programado, sistemático e colectivo permanece para a civilização humana como a referência ética do mal absoluto”. Mas como foi tudo isto possível, quando ninguém esperava? E como foi possível que acontecesse a partir de um país de arte e de cultura? O certo é que tudo aconteceu de um modo sistemático e terrível. Daí que a obra agora saída corresponda à procura de uma consciência moral e cívica que possa contrapor o respeito ao ressentimento e a liberdade à servidão. Nesse sentido, o projecto do Conselho da Europa visa “suscitar o interesse dos jovens pela história recente do nosso continente e ajudá-los a estabelecer ligações entre as razões históricas e os desafios com os quais estão confrontados na Europa actual”. Está em causa a ajuda à criação de uma identificação europeia, o desenvolvimento da análise crítica, a sensibilização para a importância da diferença e do outro e o encorajamento aos professores para lançarem as bases de “um ensino europeu da história”. A dimensão europeia na Educação passa, assim, por um melhor conhecimento da realidade, de tragédia, de diálogo e de conflito, que nos antecedeu, com todas as suas implicações. O estudo da “Shoah” (expressão que significa “catástrofe” e que é utilizada para designar o genocídio perpetrado pelos nazis e seus aliados contra os judeus) e do “Holocausto” (sacrifício) deve, no fundo, permitir-nos ir além das apreciações simplistas ou do mero culto do ressentimento. É essencial entender as fontes da banalização do mal, para que, no futuro, possamos prevenir a sua ocorrência. De facto, entre o excesso de memória e a sua ausência, temos de encontrar um equilíbrio que permita não esquecer, sem fazer da lembrança um motivo de vingança.

*Esther mucznik, líder da comunidade israelita de lisboa.

Amar...

Que pode uma criatura senão, entre criaturas, amar?
Amar e esquecer, amar e malamar, amar, desamar, amar?
Sempre, e até de olhos vidrados, amar?
Que pode, pergunto, o ser amoroso, sozinho, em rotação universal, senão rodar também, e amar?

Amar o que o mar traz à praia, o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha, é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?
Amar solenemente as palmas do deserto, o que é entrega ou adoração expectante, e amar o inóspito, o cru, um vaso sem flor, um chão de ferro, e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.
Este o nosso destino: amor sem conta, distribuido pelas coisas pérfidas ou nulas, doação ilimitada a uma completa ingratidão, e na concha vazia do amor a procura medrosa, paciente, de mais e mais amor.
Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

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Não. O Destino não é infalível,
e também pode errar...

Do contrário, não seria possível
que demorasse tanto
em nos fazer encontrar...

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Capturer le vent...


São de água, os teus olhos. De paz, de eternidade.

Neles brilha o espelho oculto da ternura. Neles crescem árvores de troncos escuros, e afundam-se raízes aquáticas de subtilezas profundas. Deles espreita a tua inocência, feita ave luminosa de canto invulgar. Deles se desprende a tua sinceridade absoluta, a tua ligeireza de sonhar. Neles se desenha o sorriso que a tua boca esboça e lança como uma seta ao coração de quem te olha.

És uma ave livre que voas nas tuas migrações, daqui só posso ver o teu rasto.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

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Aconchego-me no teu regaço,
esquecendo-me quem sou,
sinto na leveza de um corpo
e no olhar dum rosto anónimo
ansiedade, medo e melancolia.
Caminhamos de mãos dadas.
Solto os meus cabelos ao vento
e juntos saboreamos o silêncio,
mergulhamos num mar de flores
banhados pela suavidade luar.
Sou a tua cúmplice no tempo vazio.

Colori as minhas esperanças
de te fazer feliz.

Abro os olhos ao meu redor
vejo tudo vazio.

Sonho, sonho meu...

sábado, 19 de janeiro de 2008

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Aqui estou ...em atraso, mas as verdadeiras amizades não se medem em tempo...nem espaço...

Doce, tempestiva, emotiva, um especial encanto de nos manter "prisioneir@s" do seu espaço lindo e deliciosamente imprevisto... querida "Veludinho" de cor blue, o meu obrigada de coração por mais este mimo, sem receios me envias e sem receios te transmito o quanto me faz bem ler-te!

Abraçinho grande para ti!

*

Agora a parte selectiva, escolher 6 Amigas(os) para oferecer este mimo. assim seja:
Essência do SER
Isabel C.
Pequenos Nadas-doce Gi
Fernanda e Poemas
Frases Soltas...
Foto ao Acaso - Chana

Amigas virtuais sim! mas especiais na minha admiração pelo que transmitem, com ternura para sempre de mim...

é para vós em especial...

Amig@ virtual é diferente...
não olha nos meus olhos,
mas vê o meu coração...
Amig@ virtual é diferente...
não vê as minhas lágrimas
mas percebe o momento de me confortar
Amig@ virtual é diferente...
sorri, e faz-me sorrir...
Amig@ virtual...
Não sabes,
mas procuro-te sempre...
Não sabes...
mas fico feliz quando chegas....
Olho para ti,
na expectativa de um sorriso...
Não sei porque te escolhi como amigo...
As tuas letrinhas são iguais
a de todos os outros,
apenas as palavras são firmes...
Consegues-me fazer acreditar.
Talvez não saibas,
mas quando me falas...
quando brincas comigo..
Quando me escutas
Quando me amas exerce
a nobre tarefa de amig@ REAL.
Assim... cativa-me...
Escuto o teu riso...
através do sons do teclado.
Ouço teu coração através do meu coração,
Sinto tua alegria através da minha alegria...

Nunca deixes de vir...
Só conhecemos a importância
dos verdadeiros amigos,
quando começamos a perceber sua ausência,
quando chamamos por todos,
e somente ele vem...
Amig@ virtual...

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

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Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...
E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!
E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...
E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!

...

Uma amizade não cria somente afinidade, eterniza bons momentos da vida. Com essa amizade podes contar para qualquer momento, desde os felizes e agradáveis como as confusões, ou aqueles dias em que precisas de um abraço, ou chorar em silêncio ao lado de quem não precisa de palavras para te sentir. E quando tu tens uma amizade destas, preserva-a com todo o carinho.
Compartilhar os momentos de felicidade ao lado dos amigos formam as histórias que você vai contar para os filhos e deixam as grandes lembranças no nosso coração. A amizade está baseada na cumplicidade dos momentos que é sempre dividido. Desperta a capacidade de amar o próximo, afinal, o amigo é sempre um amor.
Ao compartilhar momentos de felicidade ao lado de alguém especial, tudo fica registrado no coração, mesmo que a mente esqueça algo… pois na verdade se tornará eterno.
Beijo meu embrulhado em abraço forte! saudade.... minhas AMIGAS

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Notas Soltas...Lágrimas Escritas


“Adormeço-te as palavras nunca gastas por se dizerem e invento-te as formas numa noite em que as sonho.”

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

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"Como é que pudeste?..."

Quando era um cachorrinho, eu distraía-te com as minhas traquinices e fazia-te rir.

Chamavas-me tua criança e, apesar de um certo número de sapatos mastigados e um par de almofadas destruídas, eu tornei-me na tua melhor amiga.

Sempre que eu fazia algo de errado, tu abanavas o teu dedo para mim e dizias: "Como é que pudeste?..." mas depois tu arrependias-te e rolavas-me no chão para me coçar a barriga. O meu treino demorou um pouco mais do que o esperado porque tu estavas sempre muito ocupado, mas juntos conseguimos arranjar uma solução...

Eu lembro-me daquelas noites em que me aninhava em ti na cama e ouvia as tuas confidências e sonhos secretos - acreditava que a vida não poderia ser mais perfeita. Nós os dois fazíamos longos passeios e corridas no parque, andávamos de carro, e parávamos para um gelado (eu ganhava só a bolachinha porque "gelado não faz bem aos cães" - dizias tu) e eu apanhava longos banhos de sol enquanto aguardava a tua volta para casa ao final do dia.

Aos poucos passaste a gastar mais tempo no trabalho com a tua carreira e levavas mais tempo a procurar uma companheira humana. Eu esperei por ti pacientemente, confortei todas as tuas mágoas e desilusões, nunca te repreendi pelas más escolhas que tomaste, e vibrei de alegria nas tuas chegadas a casa e quando te apaixonaste... Ela, agora tua esposa, não é uma "apreciadora de cães" - ainda assim eu recebi-a na nossa casa, tentei mostrar-lhe afeição, e obedeci-lhe.

Sentia-me feliz porque tu estavas feliz.

Então vieram os bebés humanos e eu reparti contigo o entusiasmo. Eu estava fascinada pelos seus tons rosados, os seus cheiros, e queria muito tratar deles também. Mas ela e tu tinham medo de que eu pudesse magoá-los, e eu passei a maior parte do tempo a ser expulsa para outra sala, ou para a minha casotinha...

Oh, como eu queria tê-los amado, mas eu tornei-me numa "prisioneira do amor."

À medida que foram crescendo, tornei-me amiga deles. Eles agarravam-se ao meu pêlo e levantavam-se sobre perninhas trôpegas, enfiavam os dedos nos meus olhos, examinavam as minhas orelhas, e davam beijos no meu nariz. Eu adorava isso tudo, e o toque das suas mãozinhas - porque os teus toques agora eram tão raros - e eu teria-os defendido com a minha própria vida, se fosse preciso. Eu esgueirava-me para as suas camas e juntos esperávamos pelo barulho do teu carro de regresso.

Houve uma altura, quando alguém perguntava se tinhas um cachorro, em que tu tiravas uma foto minha da tua carteira e contavas histórias sobre mim. Nos últimos anos tu apenas respondias "sim" e mudavas de assunto. Eu passei de "teu cão" para "apenas um cão" e tu reclamavas de cada gasto que tinhas comigo.

Agora tu tens uma nova oportunidade de carreira noutra cidade, e vocês irão mudar-se para um apartamento onde não são permitidos animais. Tu tomaste a decisão acertada para a tua "família", mas houve uma altura em que eu era a tua única família.

Fiquei excitada com o passeio de carro até que chegámos ao canil. O local tinha cheiro de gatos e cães, de medo, de desespero. Tu preencheste a papelada e disseste "Sei que vocês encontrarão um bom lar para ela"... Eles mexeram os ombros e lançaram-te um olhar compadecido. Eles compreendem a realidade que espera um cão de meia-idade, mesmo um com "papéis". Tu tiveste que libertar os dedos do teu filho da minha coleira enquanto ele gritava "Não, papá! Por favor, não deixes que levem o meu cão!". E eu preocupei-me por ele, e com a lição que tu tinhas acabado de lhe dar sobre amizade e lealdade, sobre amor e responsabilidade, e sobre respeito por todo o tipo de vida. Tu deste-me um mimo de adeus na minha cabeça, evitaste o meu olhar e, educadamente, recusaste levar a minha coleira e trela contigo. Tu tinhas um tempo-limite para te habituares e agora eu também tenho um.

Depois de partires, as duas simpáticas senhoras que te atenderam comentaram que tu provavelmente sabias já com alguns meses de antecedência que terias de tomar aquela decisão e não fizeste nenhuma tentativa de encontrar um novo lar para mim. Elas sacudiram a cabeça e disseram "Como é que pudeste?". Elas são tão atenciosas para nós aqui no canil, quanto os seus ocupados horários lhes permitem.

Elas alimentam-nos, claro, mas eu perdi o meu apetite à dias atrás. De início, sempre que alguém passava pelo meu alojamento, eu corria para a frente, na esperança de que fosses tu - que tivesses mudado de ideias - que isto fosse tudo um pesadelo.... ou eu esperava que ao menos fosse alguém que se importasse, alguém que me pudesse salvar. Quando percebi que não poderia competir com os alegres cachorrinhos que lá estavam, inconscientes dos seus próprios destinos, nas brincadeiras para chamar a atenção, afastei-me para um canto distante, e aguardei.

Ouvi os seus passos quando ele veio até mim ao final do dia, e segui-o ao longo do corredor para uma sala separada. Uma sala deliciosamente silenciosa. Ele colocou-me sobre a mesa, acariciou as minhas orelhas, e disse-me para eu não me preocupar. O meu coração acelerou-se na expectativa do que estava para vir, mas havia também uma sensação de alívio. A prisioneira do amor tinha esgotado os seus dias.

Como é da minha natureza, estava mais preocupada com ele. O fardo que carrega é demasiado pesado, e eu sei disso, da mesma maneira que conhecia cada um de seus humores. Ele gentilmente colocou um torniquete à volta da minha perna da frente, enquanto uma lágrima corria pela sua face. Lambi a sua mão da mesma maneira que costumava fazer para confortar-te há tantos anos atrás. Ele habilmente espetou a agulha hipodérmica na minha veia. Quando senti a picada e o líquido frio se espalhou através do meu corpo, deitei a cabeça sonolenta, olhei para dentro dos teus olhos gentis e murmurei "Como é que pudeste?".

Talvez por ter entendido o meu latido canino, ele disse "Sinto muito!", abraçou-me e apressadamente explicou que era o seu trabalho, fazer com que eu fosse para um lugar melhor onde não seria ignorada, ou maltratada ou abandonada, nem ter que me desenrascar para sobreviver - um lugar de amor e luz, tão diferente deste lugar terrestre. E com a minha última gota de energia tentei transmitir-lhe com uma sacudidela da minha cauda que o meu "Como é que pudeste?" não era dirigido a ele.

Era em ti, Meu Amado Dono, que eu estava a pensar. Pensarei em ti e esperarei por ti eternamente. Possa alguém na tua vida continuar a demonstrar-te tanta lealdade...
























"A compaixão para com os animais é das mais nobres virtudes da natureza humana"

Charles Darwin

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Começa a anoitecer e...adquires nome de ilha ou de vulcão
deixas viver sobre a pele uma criança de lume
e na fria lava da noite ensinas ao corpo
a paciência o amor o abandono das palavras
o silêncio
e a difícil arte da melancolia

domingo, 13 de janeiro de 2008

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...Tenho em atraso, o meu agradecimento de Coração dos 2 prémios que recebi da linda "Blue Velvet "com sincera magia de encantar e surpreender.



http://babyvelvet.blogspot.com/

















Termino aqui esta «onda de mimos», que me fizeram sentir grata e especial com tamanhas nomeações. Sincera admiração pelo trabalho que desenvolvem e os belos momentos que me proporcionam quando vos visito e estou na vossa companhia. Abraço com muita ternura!


As indicações que estou fazendo abaixo... não geram obrigações...estou a nomear quem acho que os respectivos blogs me "proporcionam bons e especiais momentos"! certamente serão mais... mas a opção por agora assim fica.

http://voandoai.blogspot.com/

http://mimo-te.blogspot.com/

http://osmeuspequenosnadas-gi.blogspot.com/

http://omshanti1.blogspot.com/

http://profeciaeterna.blogspot.com/

http://haflordapele.blogspot.com/

http://opoetaeumfingidor.blogspot.com/


sábado, 12 de janeiro de 2008

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Amor, que te desencontras
Tardas como o amanhecer
Numa noite escura
Já sem lua...

No entardecer da minha vida
Já não sei se te procuro
Se te desejo ...

Neste meu viver
Tão só me tornei
Que o silêncio me seduz

E a noite
Guardo-a só para mim
Na luz, nas alturas

Amor, quando um dia
Entrares pela porta
Ou somente espreitares a janela
Talvez a encontres fechada

Pois coração que não ama
E corpo que não sente
Torna-se definitivamente independente!

domingo, 6 de janeiro de 2008

Perguntas sem resposta (I)

Divagava, absorta, perdida nos pensamentos:

... se me fosse possibilitada uma nova vida, com todas as oportunidades desta que vivo e ainda mais, isto é, que pudesse ser em potência, a melhor das minhas vidas possível, será que a viveria de diferente modo..., ou acabaria por ver repetidas as minhas escolhas, sortes e azares...?

sábado, 5 de janeiro de 2008

Sem-Abrigo...

...Sem abraço, sem sombra sequer que retempere, sem sintomas, sem curas, sem cansaços, sem vontade sequer de ser humano.

O mundo ás vezes parece que gira ao contrário.


A verdadeira miséria é a indiferença. A deles, mas sobretudo a nossa.


Esquina da Indiferença
Tinha nos olhos negros o reflexo da solidão.
Na magreza do corpo envelhecido, as rugas da alma nua.
A barriga, em vez de pão, enchera-a com sopa de nada e ilusão.
Dormia ali no chão, frio e sujo, na esquina da indiferença da cidade crua. Aos corações ausentes, de passos apressados e vidas sem sentido, estendia as mãos abertas.
Lábios cerrados, num acto de dignidade ferida.


A chaga aberta, continuamente a sangrar no seio da cidade.
Até quando?
"Não haja medo que a sociedade se desmorone sob um excesso de altruísmo. Não há perigo desse excesso."


Fernando Pessoa - Aforismos e Afins

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

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Mulheres e Homens… Com uma situação que ouvi hoje aqui relato:

Homens vivemos com eles, damos-lhe colo, partilhamos a mesma cama e passamos anos assim. Mas, apesar de tudo, não os conhecemos. Mas também poderia falar de algumas mulheres, que para além de podermos partilhar tudo… fazem sofrer desmedidamente... e acabamos também por não as conhecer

Alguém um dia disse que os Homens são de Marte e as Mulheres de Vénus. Elas, românticas, idealistas, sonhadoras... Eles, guerreiros, práticos, pragmáticos... Claro que todas as generalizações são perigosas. Mas, as generalizações são isso mesmo. Algo que se aplica à maioria. E a maioria tem excepções. Sim algumas mulheres com excepções só compreendidas por quem as vive também.

Falando da generalidade, cada vez mais me convenço que alguns Homens vêm de outro planeta qualquer, diferente de Marte, e muito parecido com a Esquizofrenia (sem ofensa para quem, realmente, padece desta doença e não tem culpa nenhuma que determinados indivíduos supostamente saudáveis se comportem de forma incoerente). Nuns dias amam, adoram, desejam, querem... Nos outros não amam, não adoram, não desejam, não querem... Ou pior, amam, adoram, desejam e querem... outra qualquer. Isto tudo num espaço de dias ou, até, com diferença de horas. Sem apelo nem agravo. Mulheres podem ter este comportamento, digamos de forma bem mais inteligente!
Enquanto mulher, que lida de forma repetitiva com seres afectados por estes comportamentos díspares, tento atribuir causas para tais atitudes, tento justificar de acordo com a personalidade do indivíduo, tento compreender... e estico a corda até ao limite. Às vezes, até um limite além da razoabilidade, um limite que nunca deveria ser ultrapassado. Mas que é ultrapassado, em nome de um qualquer sentimento, de uma esperança, de um rumo que se procura... e não se acha.

E quando se quer remediar tal esforço vão, já é tarde. A corda - já tão esgaçada - partiu. Sem conserto, nem remendo possível. E, com ela, parte-se o coração, a auto-estima, o amor-próprio.

Até que ponto se deve ceder? Até quando se deve acreditar e ouvir sem julgar? Cada pessoa tem os seus limites e, pelos vistos, os limites dos Homens mudam ao ritmo da plasticina: moldam-se consoante as conveniências. Num dia, com uma pessoa de quem supostamente gostam, não estão preparados para relacionamentos. No outro, com alguém que surge de repente, sabe-se lá de onde, estão preparados para tudo. Dão o corpo, a cama, a vida. Talvez seja amor. Ou talvez, não. Talvez seja a conveniência, o estar perto, o estar ali, o dar jeito.

As Mulheres também não vêm de Vénus. A realidade tem-lhes matado o romantismo, os ideais, os sonhos. As desilusões fazem-nas maldizer o dia em que acreditaram nas histórias de príncipes e princesas, nas quais, depois de afastar a bruxa, havia um final feliz.

Mas, nos dias que correm, há mais bruxas que príncipes e princesas. E já não há heróis que montam em cavalos brancos para salvar donzelas.

"Love is just physical these days", canta o Robbie Williams. E, às vezes, nem isso é. O físico cansa, passa, cai na monotonia, perde a piada. E, depois disso, é preciso ir em busca da novidade. Como se nada mais importasse. Como se os sentimentos não existissem, como se o mais importante não fosse estar unido na alma.

A sociedade é cada vez mais exigente, sobretudo para as mulheres. Têm de ser óptimas profissionais, boa aparência, inteligentes, boas amigas, boas namoradas, boas mães. Têm de ser pessoas ocupadas, mas estar disponíveis. Têm de estar sempre bem arranjadas, sem parecerem artificiais. Têm de ser confiantes, sem parecerem arrogantes. Têm de parecer acessíveis, sem serem fáceis. Têm de ser... muito mais do que elas próprias. Têm de ser o que os outros querem que elas sejam, para, depois do esforço, ouvirem que o mais importante é serem elas próprias.

Dar resposta às exigências, cansa. Até, porque, a tendência é para querer cada vez mais e dar cada vez mais. E o cansaço acumula. E é físico e psicológico. Por isso, exige um escape, uma fuga. Uma fuga da realidade, do que nos rodeia e de nós próprias. Mas essa fuga nem sempre é para longe. Por isso, acabamos por direccioná-la para pequenos momentos do dia-a-dia. Alguns saudáveis, outros nem tanto.

Enquanto procuramos dar resposta, procuramos, simultaneamente, fugir. Enquanto procuramos ser nós próprias, procuramos, simultaneamente, estar mais perto do ideal (por mais diferente que ele seja). Enquanto procuramos o sonho, tentamos viver a realidade. Por isso, talvez nós venhamos de um planeta semelhante à Dislexia. Saltamos letras e sonhos. Apagamos ideais, que já não podemos ter. Baralhamos sentimentos, que já não nos convêm. Resolvemos o que é complicado, mas não conseguimos solucionar o que deveria ser simples. Direccionamos afectos numa direcção, quando sabemos que é a errada, por não sermos desejadas. Tudo para que os outros nos digam como somos. Para que os outros nos valorizem e nos lembrem quem somos. Porque no meio de uma amálgama de exigências, esquecemo-nos de nós próprias.

Talvez nada disto faça sentido. Talvez tudo isto tenha alguma lógica. Pelo menos, na minha cabeça. Perdão. No meu coração.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

...


Temo o fim...
Depois das fórmulas feitas
das palavras ditas
O que dizer?
O que pensar?