sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

...

Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...
E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!
E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...
E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!

6 comentários:

Fernando Santos (Chana) disse...

Olá Amiga, exelente poema...magnifica fotografia...Gostei muito !
Beijo

BlueVelvet disse...

Olá Querida,
que boa ideia,tu e ela.
Como ligam bem.
Adorei.
beijinhos e bom fim-de-semana

isabel disse...

condensar o mundo num só grito. e fazia-o de uma maneira "desajustadamente" brilhante.

tenho um espaço novo, que espero continuar. estou naquela fase abre fecha, naoseioquequero.

beijo querida xana

Sérgio Figueiredo disse...

Xana, "outras Eras", "outras esferas" são espaços reais que devem, ou não, ser recordados. Contudo, o recordar não quer dizer, comparar. Recorda as, tuas, Eras passadas novamente com sorrisos. Mas se não forem sorrisos e forem lágrimas, então que brotem, para fora, e sejam de alegria para os outros as verem.
até

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
BlueVelvet disse...

Querida Xana,
obrigada pela confiança.
Agora, além de tudo o resto tens um rosto.
Adorei.
Beijinhos