terça-feira, 17 de julho de 2007

Ela anda pela rua, de olhos vendados. Sente-se invisível, nua e incompreensível.
Seus passos não possuem direcção. Segue procurando explicação, continua caminhando e procurando uma razão.
Muitas faces esbarradas no caminho, pensamentos perdidos numa quadra anterior. Frases soltas, tão conexas com a vida, apagadas pelo tempo, pelos passos e momentos.
Juras que ela fez a si mesma e aos outros. Juras de eterno amor, de sinceridade, de vingança e de amizade. Juras que o tempo apagou.
São tantas as palavras que ela não quer mais dizer. São tantos os caminhos que não quer mais escolher. São tantas as verdades que não quer mais esconder, entre todas as mentiras das quais tentou se convencer.
Ela anda, e em cada passo ela se acha. Em uma esquina se depara com a saudade do que foi, em outra parte com os sonhos que deixou para trás, mais adiante vê face a face das pessoas que marcaram sua vida. Vê no final a dor da partida. E é assim que faz, quando as coisas chegam ao fim, é hora de partir, levando consigo as mudanças que se cravaram em sua vida, em seu corpo, em sua memória.

Porque? costumava ter a resposta, hoje deixou de existir vontade de voar no absoluto consciente. O caminho está escolhido. ela agora sabe quem realmente é! unica, transparente...

Alternativa? esquecer, renunciar o sentimento tão forte que o imprevisto do encontro surpreendeu e fez acreditar no momento.

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