quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Estranha Placidez...


Depois do dia em que me perdi de mim,
deixo-me dormitar sem forças numa caverna
fresca e penumbrosa.
Bendigo a placidez estranha
que torna indiferente a chegada e a partida,
e espalha uma neutra cor de mesmo
nos acontecimentos do dia.
Quero viver o privilégio do incomunicado,
mantendo, ao largo, por algum tempo,
anjos e demónios em seus domínios, sedados.
Ficar silente, aquietada e vazia,
numa espécie de sossego,
sem medo e sem sonho.
Poder acolher meus enigmas,
despedir-me, docemente,
de muitas certezas.
Nesse espaço dentro de mim,
hei de perguntar:
Se, de mim, realmente me perdi
ou se esqueci de me procurar.

( Hoje. não sei porquê. a tamanha certeza da minha solidão. ninguem vivo... chega a mim com verdade sentida, simplesmente sem eu chamar... )

...Fly me, fly me away from here, and save me from myself.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Logo Eu…


Logo eu que sempre me achei uma pessoa com uma inteligência razoável...
Logo eu que acreditava que era impossível ser enganada com promessas falsas...
Logo eu que costumava ser desconfiada, mantendo sempre o pé atrás...
Logo eu que afirmava que a esquerda era podre e que a mudança viria com a direita no poder...
Logo eu que sempre tive fé que a educação um dia seria prioridade...
Logo eu que sonhava com menos violência e mais igualdade...
Logo eu que insistia em acreditar...
Logo eu que ainda resistia...
Logo eu que a vida ensinou a Amar...
Logo eu. Sozinha...

Spending my Time - Roxette - 1990


" Há vários motivos para não se amar uma pessoa e um só para amá-la..."

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Morreu uma voz da Poesia Portuguesa.

Momento para registar um acontecimento..., se não for escrito agora, perde a actualidade:
O Poeta ALBERTO DE LACERDA faleceu aos 79 anos, 26 de Agosto, em Londres – onde se fixara na década de 50. A sua obra fez dele uma das vozes mais inconfundíveis da poesia portuguesa. Fundador, juntamente com David Mourão-Ferreira, da publicação Távola Redonda, a poesia de A. de Lacerda constitui um corpo importantíssimo para o conhecimento da poesia que se escreve em Portugal.

A sua obra poética foi reunida pela IN-CM em Oferenda I (1984) e Oferenda II (1994), mas há ainda volumes que excedem o seu opus já reunido (que não completo). Nada me dizem as efemérides, mas custa-me – ainda assim – que não se leiam os poetas que interessariam e se louvem os que não importam sequer à terra que os há-de recolher, ou já recolheu (para bom entendedor…)

Apropriado:
"O verde é muito verde
A luz mais clara
Do que nunca
As recordações são do tamanho
Do coração transbordante
O calor é Apolo
perpendicular à terra
Os pássaros
os esquilos
Atravessam a imaginação numa diagonal sem fim"

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Uninvited

Excelente... Bela, Alanis Mourissette

Nego a perfeição da existência.
Nada é, nem será.
Tudo é angústia.
No que não se vê, reside um universo
Infinito.
Fazemos coisas
Materializamos sonhos.
Tretas!
Tentamos não pensar!
Quanto mais pensamos, mais sentimos.
Quanto mais sentimos, menos queremos pensar.
E, então, fazemos, fazemos.
E deixamos que o tempo nos ocupe e nos leve.
Fazemos para disfarçar tudo o que somos.
Porque não somos perfeitos.
Nem equilibrados.
O meio termo será morrer.

Troca


" Trocaria a memória de todos os beijos que me deste por um único beijo teu.
E trocaria até esse beijo pela suspeita de uma saudade tua,
de um único beijo que eu te dei."

Coração oculto


Convém em certas ocasiões ocultar
o que se traz no coração

domingo, 26 de agosto de 2007

Para ti...

Mensagem que qualquer onda vai apagar...

Lágrimas Soltas...


...Neste momento não sou capaz de inventar dois passos só para te alcançar, chorar ao partir mas ir, vai!... O grito que não dou reprime-se no coração dormente que calado se deixa encruzilhar pela inquietude...Ternura Total, mas nada sou aqui.

Eleva-se tão alto a vereda do teu Ser...Ser único

Viro as costas ao que sinto, ao que sou...porque sei que não chega para ser partilhado, viro as costas ao que recebo porque sei que me sobra, não sou capaz de amar, não sei te amar...

Eu fui...ele regressa. é Silêncio.Escuta...Adormeceu...

Momento a seguir na rua, manhã de nevoeiro.Palavras trocadas, a brotar dentro da alma...trocamos um abraço,entre lágrimas sentidas...

O Amor verdadeiro é intemporal... estarei sempre perto, eu também... Descança.

sábado, 25 de agosto de 2007

Elliott Smith, "The Biggest Lie" (2003)


I'm Waiting for the Train
Subway that only goes,one way
The stupid things that will pull us apart
make everybody late
You spent everything you had,
wanted everyhing to stop that bad
Oh, I'm a crashed credit card registered to smith,
not the name you call me with
turn white like a saint,
im tired of dancing on a pot of gold paint
Oh we're so very precious, you and I,
and everything you do makes me wanna die
oh i just told the biggest lie...

Elliot Smith, Matou-se, parece.Custa-me a crer...

"I'm never gonna know you now
but I'm gonna love you anyhow"

(Elliot Smith, XO)

QUILLS " As penas do desejo"


Perversamente divertido...excelente! Philip Kaufman, o aclamado realizador de "A insustentável Leveza de Ser" na sua brilhante visão do conhecido escritor que desafiou a autoridade, tanto da igreja como do estado francês , no século XVIII.
o infame " Marquês de Sade".

sexta-feira, 24 de agosto de 2007


“Ninguém pode construir em teu lugar
As pontes que precisarás passar,
Para atravessar o rio da vida
– Ninguém,
Excepto tu, só tu.
Existem, por certo,
Atalhos sem número,
E pontes,
E semi-deuses
Que se oferecerão para te levar além do rio;
Mas isso te custaria a tua própria pessoa;
Tu te hipotecarias
E te perderias.
Existe no mundo um único caminho por onde só tu podes passar.
Onde leva?

Não perguntes, segue-o.”

Nietzsche

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Reflectir...

Certamente muitos, já conhecem esta história, mas hoje em dia, nunca é demais pensar e reflectir no seu significado...

Há muito muito tempo, reuniram-se todos os Sentimentos e Qualidades do Homem num lugar longínquo da Terra.

Quando o Aborrecimento reclamava pela terceira vez, a Loucura, como sempre tão louca, propôs:

- Vamos brincar às escondidas?

- A Intriga levantou a sobrancelha intrigada, e a Curiosidade, sem se poder conter, perguntou:

- Escondidas? O que é isso?

- É um jogo, explicou a Loucura, em que eu fecho os olhos e começo a contar até 100, enquanto vocês se escondem, e quando eu tiver terminado de contar, o primeiro de vocês que eu encontrar ocupará o meu lugar para continuar o jogo.

O Entusiasmo dançou, seguido da Euforia. A Alegria deu tantos saltos de contente que acabou por convencer a Dúvida, indecisa como sempre, e até mesmo a Apatia, que nunca se interessava por nada. Mas nem todos quiseram participar. A Verdade preferiu não se esconder... para quê? Se no final todos a encontravam? A Cobardia preferiu não arriscar.

- Um, dois, três, quatro... - começou a contar a Loucura.

A primeira a esconder-se foi a Pressa, que, como sempre, caiu atrás da primeira pedra do caminho. A Inveja escondeu-se atrás da sombra do Triunfo, que, com o seu próprio esforço, tinha conseguido subir para a copa da árvore mais alta. A Generosidade, quase não se escondia, pois cada lugar que encontrava parecia maravilhoso para os seus amigos. O Egoísmo, pelo contrário, encontrou um lugar muito bom desde o início. Ventilado e cómodo, mas só para ele. A Mentira escondeu-se no fundo do oceano (mentira, na verdade, escondeu-se atrás do arco-íris!) e a Paixão e o Desejo, no centro dos vulcões. O Esquecimento não encontrou lugar algum, pois entretanto esqueceu-se que estava a brincar às escondidas.

Quando a Loucura estava lá pelos 99, o Amor ainda não tinha encontrado um lugar para se esconder, pois já estavam todos ocupados, até que, finalmente, encontrou uma roseira e, carinhosamente, decidiu esconder-se entre as suas flores.

CEM, contou a Loucura e começou a sua busca. A primeira a aparecer foi a Pressa, apenas a três passos de uma pedra. O Egoísmo, nem foi preciso procurá-lo. Ele sozinho saiu disparado do seu esconderijo, que na verdade era um ninho de vespas. De tanto caminhar, a Loucura sentiu sede e, ao aproximar-se de um lago, descobriu a Beleza. A Dúvida foi mais fácil ainda, pois estava sentada numa cerca sem decidir de que lado se esconder. E assim foi encontrando todos. O Talento entre a erva fresca, a Angústia, numa cova funda, a Mentira atrás do arco-íris. Apenas o Amor não aparecia em lugar nenhum... A Loucura procurou atrás de cada árvore, em baixo de cada rocha e até em cima das montanhas. Quando estava prestes a desistir, encontrou um roseiral e começou a mover os ramos, quando, no mesmo instante, escutou-se um doloroso grito. Os espinhos tinham ferido o Amor nos olhos. A Loucura não sabia o que fazer para se desculpar. Chorou, chorou, implorou, pediu perdão e até prometeu ser seu guia.

Desde então, desde que pela primeira vez se brincou às escondidas na Terra, se descobriu que....

... O Amor é cego e a Loucura está sempre com ele...

Minha Paixão...


É leve como a pena,
se faz de pequena,
é plena, é delicada,
é como noite enluarada,
é serena, é comportada.
É grande mas, em qualquer lugar,
consegue se encaixar.
Não consigo explicar
que proporções ela pode tomar
quando resolve se revelar.
É indisciplinada,
infantil e agitada,
meio amiga, meio namorada,
completamente dedicada.
É discreta, preservada,
é inquieta e declarada.
e anda por aqui
desfilando em forma de poesia
fingindo que não passa de fantasia.
É um ponto de exclamação
que vive dentro do meu coração.
É desse jeito a minha paixão,
sem rédeas, sem solução,
sem limites, sem conjugação.
Por vezes sem meditar a altivez se salienta,
Serei eu? não, um passado...
Obsessão? Não... não é uma obsessão,
na linguagem da medicina "psicose".
É sem ponto de interrogação,
A minha paixão...
Será impossivel perceber o quanto saudável é,
Amar alguem corpo e alma, particularizar o estar presente na alegria e na tristeza.
Saber ouvir o NÃO... O seu sentir não é recíproco.
A minha paixão...de mãos dadas com a verdade, não... ninguem consegue separar.

Se estou perder a razão momentaneamente, então soltem dito sentencioso...
Escrevo completamente viva do sentir, mas sei que esta noite não vou sonhar...

Beijo meu

Acreditar é monótono, duvidar é apaixonante, manter-se alerta: eis a vida!
(Oscar Wilde)

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Eu quero!

Amar sem imposições.....
sem cobranças!
Simplesmente amar......
E não amar porque é preciso
Por dever ....
Por gratidão.....Por perdão!
Não...Eu quero amar
Nem que seja um amor inconseqüente,
Nem que seja breve.......
Até por um instante!!

Não te irrites...

Não te irrites, por mais que te fizerem...
Estuda, a frio, o coração alheio.
Farás, assim, do mal que eles te querem,
Teu mais amável e sutil recreio...

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Closer - The Blower's Daughter, by Damien Rice


"Hello, stranger"..best line in the movie..words create worlds...

Amo o som/letra "Damien Rice", o filme faz-me pensar de como o amor pode mudar nossas vidas, e eu acredito que nós temos a escolha, sempre!

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Monólogo de uma mulher moderna:

Recebi e-mail hoje, eheheheh… pontos de vista!

"São 5.30H da manhã, o despertador não pára de tocar e não tenho forças nem para atirá-lo contra a parede. Estou acabada. Não quero ir trabalhar hoje.
Quero ficar em casa, a cozinhar, a ouvir música, a cantar, etc. Se tivesse um cão levava-o a passear nos arredores. Tudo menos sair da cama, meter a primeira e ter de por o cérebro a funcionar
Gostava de saber quem foi a besta da bruxa imbecil, a matriz das feministas que teve a ideia de reivindicar os direitos da mulher e porque o fez connosco que nascemos depois dela?
Estava tudo tão bem no tempo das nossas avós, elas passavam o dia todo a bordar, a trocar receitas com as suas amigas, ensinando-se mutuamente segredos de condimentos, truques, remédios caseiros, lendo bons livros das bibliotecas dos seus maridos, decorando a casa, podando árvores, plantando flores, recolhendo legumes das hortas e educando os filhos. A vida era um grande curso de artesãos, medicinas alternativas e de cozinha.
Depois ainda ficou melhor, tivemos os serviços, chegou o telefone, as telenovelas, a pílula, o centro comercial, o cartão de crédito, a Internet! Que maravilha que seria ter a vidinha das nossas avós com a tecnologia de hoje.
Quantas horas de paz a sós e de realização pessoal nos trouxe a tecnologia!
Até que veio uma tipa, que pelos vistos não gostava do corpinho que tinha, para contaminar as outras rebeldes inconsequentes com ideias raras sobre "vamos conquistar o nosso espaço" Que espaço?! Que caraças!
Se já tínhamos a casa inteira, o bairro era nosso, o mundo a nossos pés!!! Tínhamos o domínio completo dos nossos homens, eles dependiam de nós, para comer, vestirem-se e para parecerem bem à frente dos amigos e agora? Onde é que eles estão??? Nosso espaço???!!! Agora eles estão confundidos, não sabem que papéis desempenham na sociedade, fogem de nós como o diabo da cruz.
Essa piada..., acabou por encher-nos de deveres
E o pior de tudo acabou lançando-nos no calabouço da solteirice crónica aguda!!!!
Antigamente os casamentos eram para sempre. Porquê? Digam me porquê, um sexo que tinha tudo do melhor que só necessitava de ser frágil e deixar-se guiar pela vida começou a competir com os machos? Para eles agora, uma relação agora são 15 minutos de sexo rápido e depois desaparecem durante duas semanas para verem futebol, beber cerveja e...trabalharem apenas para si.
A quem ocorreu tal ideia?
Vejam o tamanhão do bíceps deles e vejam o tamanho dos nossos! Estava muito claro que isso não ia terminar bem.
Não aguento mais ser obrigada ao ritual diário de ser magra como uma escova, mas com as mamas e o rabo rijos, para o qual tenho que me matar no ginásio, ou de juntar dinheiro para fazer uma mamoplastia, uma lipo, ou implantes nas nádegas... Alem de morrer de fome, pôr hidratantes, anti-rugas, padecer do complexo do radiador velho a beber água a toda a hora e acima de tudo ter armas para não cair vencida pela velhice, maquilhar-me impecavelmente cada manha desde a cara ao decote, ter o cabelo impecável e não me atrasar com as madeixas, que os cabelos brancos são pior que a lepra, escolher bem a roupa, os sapatos e os acessórios, não vá não estar apresentável para a reunião do trabalho.
E não só, mas também ter que decidir que perfume combina com o meu humor, ter de sair a correr para ficar engarrafada no transito e ter que resolver metade das coisas pelo telemóvel, correr o risco de ser assaltada ou de morrer numa investida de um autocarro ou de uma mota, instalar-me todo o dia em frente ao PC, trabalhar como uma escrava, moderna claro está, com um telefone ao ouvido a resolver problemas uns atrás dos outros, que ainda por cima não são os meus problemas!!! tudo para sair com os olhos vermelhos - pelo monitor, porque para chorar de amor não há tempo! ... e ainda ficamos agradecida quando nos entram em nossa casa, sentam-se no sofá, vêm as notícias, contam-nos coisas sobre os seus amigos, comem o nosso janta, arrotam e vão embora. A maior preocupação passaram a ser essas piranhinhas de 18~20 anos que não querem saber de emancipação, e que querem mesmo é um homem de 40 anos sossegado em casa que lhes dá tudo aquilo que nós rejeitamos. Somos mesmo estúpidas.
E olhem que tínhamos tudo resolvido, estamos a pagar o preço por estar sempre em forma, sem estrias, depiladas, sorridentes, perfumadas, unhas perfeitas, operadas, sem falar do currículo impecável, cheio de diplomas, de doutoramentos e especialidades, tornámo-nos super-mulheres mas continuamos a ganhar menos que eles e de todos os modos são eles que nos dão ordens!!!!
Que desastre!
Não seria muito melhor continuar a coser numa cadeira? Basta!!!
Quero alguém que me abra a porta para que possa passar, que me puxe a cadeira quando me vou sentar, que mande flores, cartinhas com poesias, que me faça serenatas à janela!
Se nós já sabíamos que tínhamos um cérebro e que o podíamos utilizar para quê ter que demonstra-lo a eles?
Ai meu Deus, são 6.10H, e tenho que levantar-me da cama...
Que fria está esta solitária e enorme cama! Ahhhh... Quero um maridinho que chegue do trabalho, que se sente ao sofá e me diga: Meu amor não me trazes um whisky por favor? ou: O que há para jantar?
Porque descobri que é muito melhor servir-lhe um jantar caseiro do que atragantar-me com uma sanduíche e uma Coca-Cola light enquanto termino o trabalho que trouxe para casa.
Pensas que estou a ironizar ou a exagerar?
Não minhas queridas amigas, colegas inteligentes, realizadas liberais....e idiotas!
Estou a falar muito seriamente:
"Abdico do meu posto de mulher moderna." Nós é que liberamos os homens das suas obrigações.
E digo mais:
A maior prova da superioridade feminina era o facto de os homens esfalfarem-se a trabalhar para sustentar a nossa vida boa!
Agora somos iguais a eles! Que merda...”

domingo, 19 de agosto de 2007

Tristan & Isolde - I want to spend my lifetime loving you


...Filme lindo e apaixonante, verdadeira história de AMOR...

Escuto

Escuto mas não sei
Se o que oiço é silêncio
Ou Deus

Escuto sem saber se estou ouvindo
O ressoar das planícies do vazio
Ou a consciência atenta
Que nos confins do universo
Me decifra e fita

Apenas sei que caminho como quem
É olhado amado e conhecido
E por isso em cada gesto ponho
Solenidade e risco

Eu não diria melhor...

sábado, 18 de agosto de 2007

Olhos nos Olhos


O que é que nos faz apaixonar por alguém? O que é que acontece dentro de nós que desperta aquele «clic»? Eu penso que é a forma como nos olhamos. Os olhos são o «espelho da alma», nunca mentem, nunca dissimulam aquilo que sentimos. É fácil ler nos olhos de quem nos despertou o quando somos amadas, desejadas, desprezadas ou até odiadas. Há tantas informações num simples “piscar de olhos”. Quem é que nunca recebeu um olhar daqueles que nos faz sentir nuas? Quem é que nunca olhou profundamente nos olhos de alguém e lentamente lhe deu o primeiro beijo? Quem é que nunca ouviu uma boca a dizer que não e uns olhos a dizer que sim? Os olhos! São eles sem dúvida que nos ajudam a encontrar o amor… ou a perdê-lo. Hoje encontrei um vídeo, que vos apresento de seguida, e ao vê-lo, as lágrimas correram-me. Mostra como duas pessoas se podem apaixonar numa troca de olhares e a dimensão desse amor, traduzida precisamente através dos olhos. Espero que gostem.
bah que lamechas...sim, uma eterna apaixonada...porque é inatingível o olhar de quem desejo?

Quem Não Tem Medo de Naufragar


Conheço perfeitamente cada pormenor do teu rosto, guardado em mim, em cada sentido meu. Tento entender o rumo que o destino nos fez tomar, tento esquecer a mágoa... guardar de ti, de nós, só o que é bom de preservar. Fecha os olhos, pensa em mim, protege o que eu te dou. Eu penso em ti e dou-te o que de melhor eu sou...sem defesas que me façam falhar, desejo-te nesse lugar profundo, onde só chega quem não tem medo de naufragar. Fica dentro de mim, que hoje a vida dói... Como se te arrancassem, nesse tempo que já foi. Promete-me que vais guardar tudo o que eu te dei. Como me entreguei. Mesmo que a vida mude os nossos destinos, e esta estrada nos leve para longe de nós. Mesmo que um dia tudo se desfaça em pó... eu vou guardar cada traço teu… ancorado a cada traço meu. E hoje, apenas isso, me faz acreditar que eu vou chegar contigo onde só chega... quem não tem medo de naufragar....

O Amor

Gabriel Rossetti, Lady Lilith

O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de *dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...

sexta-feira, 17 de agosto de 2007


Melanie&Lindsay da série "Queer as Folk"
... porque o Amor é tudo!

Beijo meu

Metade

Que a força do medo que tenho... não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo que acredito não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito... mas a outra metade é silêncio.
Que a música que eu ouço ao longe seja linda, ainda que triste.
Que a mulher que eu amo seja para sempre amada, ainda que distante.
Porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece... e nem repetidas com fervor.
Apenas respeitadas... como a única coisa que resta a um ser inundado de sentimentos.
Porque metade de mim é o que eu ouço... mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço!
Que essa tensão que me corrói por dentro seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que eu penso e a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, que o convívio comigo mesma se torne ao menos suportável. Que o espelho reflicta em meu rosto o doce sorriso que eu me lembro de ter dado na infância. Porque metade de mim é a lembrança do que fui... mas a outra metade eu não sei...
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espírito, que o teu silêncio me fale cada vez mais.
Porque metade de mim é abrigo... mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba... e que ninguém a tente complicar porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer!
Porque metade de mim é a plateia... a outra metade, a canção, que a minha loucura seja perdoada...
Porque metade de mim é amor e a outra metade... também.

Beijo meu...

Aqui


Não sei se sou a "pessoa certa"...ou até se existem "pessoas certas". "Certo ou errado" não podem existir...afinal o Amor é o Sentimento Maior. Só sei que sinto que é tudo o que existe, e que sem ele nada mais subsiste!
Mesmo no rodar melancólico das horas cegas e surdas, ele canta-me ao ouvido palavras doces de mel e os meus olhos enfeitam-se de sonhos dourados e paisagens encantadas...a minha alma, leve como uma pluma, enfeitiçada de azul e sal, voga em céus brilhantes de magia e o meu coração transborda num grito louco que atordoa...AMOR encontra-me!

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Desencontro


Fomos o sol e a lua,
Fomos a noite e o dia.
Fomos treva e claridade,
Fomos pranto e alegria
Fomos riso e fomos mágoa,
Fomos sonho e realidade,
Fomos como o azeite e a água
Que não se pode juntar!

Fomos terra, fomos mar,
Calmarias e procelas,
Duas linhas paralelas
Que seguindo lado a lado
Não se podem encontrar...
Em comum,

Dois corações que se tornaram unidos
Por um amor condenado
Que nas sombras se perdeu...
E assim, neste mundo atroz,
seremos sempre "tu" e "eu"
E nunca seremos "nós"!

(dei-me conta que os meus momentos de solidão de ti, são assustadoramente maiores do que aqueles que vivemos quando sentes que estou junto de ti.
Chego há única conclusão lógica que a vida é feita de momentos, e o meu momento contigo não chegou ao fim... porque nunca aconteceu.
Eu...eu...e só eu gosto tanto! olhar...retorno, intensidade, será querer demais?)

A única maneira de nos livrarmos da tentação é ceder-lhe.
(Óscar Wilde)

“Sou lenda, porque as lendas são envoltas em mistérios e magias, são uma criação dos caminhos da mente, da vaga imaginação, da liberação dos silêncios da alma...

Sou lenda, porque as lendas correm soltas junto ao vento, buscando as vozes da memória, para que alcancem as histórias perdidas no tempo...

Sou lenda, pelo desejo incontido que há em mim, de tornar possível o encontro entre a Lua e o Sol, diminuindo, assim, os entraves da dor...

Então, sendo lenda, posso cavalgar pelos teus sonhos, velejar pelos mares da tua saudade, passear solta pelos teus pensamentos...

Sendo lenda, possa brincar com a tua alegria, ser parte da tua emoção e caminhar tranquila pela tua ilusão...

Sendo lenda, posso escrever o meu nome na tua vida, e instalar-me no aconchego do teu coração, como uma sensação que chega através do perfume do ar...

Sendo lenda, posso ser parte de ti, ainda que tu não o percebas....”

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

One Day I'll Fly Away


Talvez o tempo não cure as feridas, mas talvez ao passar dos dias faça apaziguar a dor.

Talvez nos dias em que o silêncio se torne companheiro, a dor se torne recordação.

Talvez nos dias em que a mais bela melodia toque, a dor seja uma sentida música.

E quando um dia a dor queira saltar do peito, estende-lhe a tua mão, e... em silêncio canta-lhe a mais bela melodia.

As melodias mais belas são feitas de sonhos, sonhos de menino, sonhos de amor, felicidade e sonhos de esperança.

E os sonhos, estão no mais sincero que há em nós, está no brilho dos olhos, no sal das lágrimas, no toque de nossas mãos e são reflexo daquilo que somos.

E em tempo algum te deixes vencer pela dor, sê o que de melhor há em ti...

Sê um sonho... Sê uma melodia!!!!

terça-feira, 14 de agosto de 2007


Vive, dizes, no presente;
Vive só no presente.
Mas eu não quero o presente, quero a realidade;
Quero as coisas que existem, não o tempo que as mede.
O que é o presente?
É uma coisa relativa ao presente e ao futuro.
É uma coisa que existe em virtude de outras coisas existirem.
Eu quero só a realidade, as coisas sem presente.
Não quero incluir o tempo no meu esquema.
Não quero pensar nas coisas como presentes; quero pensar nelas como coisas.
Não quero separá-las de si próprias, tratando-as por presentes.
Eu nem por reais as devia tratar.
Eu não as devia tratar por nada.
Eu devia vê-las, apenas vê-las;
Vê-las até não poder pensar nelas,
Vê-las sem tempo, nem espaço,
Ver podendo dispensar tudo menos o que se vê.
É esta a ciência de ver, que não é nenhuma.

Momento de reflexão...

"O futuro não é um lugar onde estamos indo, mas um lugar que estamos criando. O caminho para ele não é encontrado, mas construído e o acto de fazê-lo muda tanto o realizador quando o destino."

"Cantando a gente inventa. Inventa um romance, uma saudade, uma mentira...
Cantando a gente faz história,sem nenhum pudor, sem pecado.
Espantar os demónios, juntar os amigos.
Para sentir o mundo, para seduzir a vida."

Simplesmente fabuloso este tema...

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Reflexos...


Reflexos do que sou... do que penso... do que sinto.... de como me vêm.

Acontece que por vezes esses reflexos se desvanecem na imensidão daquilo que sou... Pequenas partes do meu eu que se escondem... que não se revelam.

É como se a névoa encobrisse a minha imagem...

É neste momento que me transformo numa sombra, em alguem que vagueia por entre a multidão sem se fazer ver.

A minha natureza observadora acompanha-me, e , sem que a multidão se aperceba vejo todos os seus gestos, ouço todas as suas palavras... conheço-as um pouco mais.

Estranhamente vejo cada gesto de amor, de amizade, de ternura... sentimentos que cada um quer esconder... mas que revela a cada instante.

E sei que ao longe há alguém, alguém que observa os meus gestos...

" Todos os segundos contam, todos os minutos passam, todas as horas correm,
E na iminência dói tu deparares com tempo mal passado, e,
Passares pelo arrpendimento em teres desperdiçado algum em não seres tu.
Vive o dia, curte a noite e sê tu..."

Pequeno e ao mesmo tempo do tamanho do mundo... as tuas palavras realmente fazem sentido...

quinta-feira, 9 de agosto de 2007


Fabulosa! Inimitável...com alma de mar...

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

ADAGIO - Albinoni



That’s Me…

Uma flor: Tulipa
Uma cor: Preto
Uma bebida: Cartuxa Tinto
Uma comida: Bacalhau à Lagareiro
Uma fruta: Ananás
Uma qualidade: Saber escutar
Um defeito: Inconstante
Um pecado: Chocolate
Um animal: Golfinho
Um som: Piano
Uma profissão: Psicóloga
Uma música: Albinoni
Um filme ou dois: Cidade dos Anjos, The Hours
Uma terapia: Reiki
Um santo: S.Pedro
Um sentimento: Amor
Um livro ou dois: “11 minutos” Paulo Coelho, outro...(a ser publicado em breve)
Um lugar: Mar
Uma parte do corpo: Olhos
Uma peça de roupa: Calças ganga
Um perfume: Calvin Klein Euphoria
Um amor: Filha
Um desejo: Ser feliz
Uma frase: Não faças planos para a vida para não estragares os planos que a vida tem para ti.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Marcas...


Quando de manhã me olho no espelho e o tempo permite que me encontre com as linhas traçadas no meu rosto, observo e penso como cada uma delas denuncia tudo o que a vida já me ofertou. Em cada vinco há um toque de sabedoria, vivida na experiência das lágrimas e dos sorrisos...em cada risco uma marca de Amor, de Saudade, de Alegria.
A minha face é o livro da minha vida, onde tantas páginas já foram escritas e outras, ainda em branco, são escritas também pelas mãos que comigo as têm desenhado em cada detalhe, profundas e felizes, repletas de tanto que a vida nos tem oferecido.
E o tempo passa...a vida escoa-se, em cada minuto reconheço o tão pouco que sei, o tanto que tenho ainda para aprender...Mas esse pouco é o que falta para tudo o resto e com ele poderei chegar ao todo. Mesmo sabendo que perfeição não existe, tento a cada instante aproximar-me, buscando em cada gota de tempo a luz da sabedoria e da serenidade e, em cada gesto das mãos que comigo estão, todos os pedaços de Vida que tenho para Viver.

domingo, 5 de agosto de 2007

Vida...

Existem pequenas e grandes coisas que levaremos para o resto de nossas vidas. Talvez sejam poucas, quem sabe sejam muitas. Depende de cada um, depende da vida que cada um de nós levou.
Levaremos lembranças, coisas que sempre serão inesquecíveis para nós, coisas que nos marcarão, que mexerão com a nossa existência. Provavelmente iremos pela vida fora colecionando essas coisas, colocando em ordem de grandeza cada detalhe que nos foi importante, cada momento que interferiu nos nossos dias e que deixou marcas. Marcas... Umas serão mais profundas, outras superficiais, porém todas com algum significado. Serão detalhes que guardaremos dentro de nós e que se contarmos para outros talvez não tenha a menor importância, pois só nós saberemos o quanto foi incrível vivê-los. Poderá ser uma música, quem sabe um livro, talvez uma poesia, uma carta, um dia, uma viagem, uma frase que alguém tenha nos dito num momento certo. Quem sabe uma amizade incomparável, um sonho que foi alcançado após muita luta, algo que deixou de existir por puro fracasso. Pode ser simplesmente um instante, um olhar, um sorriso, um perfume, um beijo.
Para o resto de nossas vidas levaremos pessoas guardadas dentro de nós. Umas porque nos dedicaram um carinho enorme, outras porque foram o objectivo do nosso amor. Outras, ainda, por terem nos magoado profundamente. Lá na frente é que poderemos realmente saber a qualidade de vida que tivemos. Bem lá na frente é que poderemos avaliar do que exatamente foi feita a nossa vida, se de amor ou de rancor, se de alegrias ou tristezas, se de vitórias ou derrotas, se de ilusões ou realidades. Pensem sempre que hoje é só o começo de tudo. Que se houver algo errado ainda está em tempo de ser mudado e que o resto de nossas vidas, de certa forma, ainda está em nossas mãos.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

AMIZADE

Amigo é aquela pessoa com quem conversamos sem reservas,
independente da hora ele sabe oferecer o aconchego do seu coração sem pedir nada em troca, e quando ele precisa sabe que pode fazer o mesmo sem objecção, não importa o tempo da distância fisica, amizade é irmã do amor e não tem cara, tem reciprocidade, afectividade, respeito, carinho, confiança e alegria.

Amigo é aquela pessoa que nos diz o que acha ser correcto, mesmo não sendo o que gostaríamos de escutar, mas sabem respeitar a decisão do outro sem censuras.

Amigo nos avisa do perigo quando não conseguimos enxergar, sem contrapor nas decisões tomadas.

Amigo sabe dar e receber o ombro amigo sem pré-requisitos, ele sabe ouvir, tanto quanto escutar...
Amigo naturalmente se comporta com aceitação mil e ameaça zero.

Não existe escola para formação de amigos,
eles por si já nascem aptos, por isto não impomos regras dentro de uma amizade,
elas se compatibilizam sem invasões,
unindo os verdadeiros amigos, sem maldades, sem segredos, sem interesses,
a felicidade de um, é a felicidade do outro.

Sem esforço sabemos distinguir nossos amigos hoje te procurei simplesmente para dizer:
A saudade sempre presente.
Estou confiante, porque te amo minha querida amiga.
És muito importante para mim.

De mim para uma AMIGA, que me orgulho infinitamente de conheçer, ler.
num caminho futuro aplaudir a sua arte única de ser, estar no espaço.

Ter um sonho que se realiza no meio de muitas tormentas, ter um encontro com a vida, quando ela está por a deixar, ter um momento de luz no meio da escuridão, ter humildade para voltar no caminho, ter sabedoria para escolher a melhor hora para seguir.

Um minuto...


No último acto concentra-se a luz,
na expressão gloriosa de quem flutuou
sobre a égide da sinfonia que proporcionou
aos corpos, movimentos de entrega.

Adiante abraçarei uma distância
ficará comigo um patético esboço
que madrugará no meu eu... teu corpo
ligado ao meu, no palco em que o néon
ocultava o sinistro-pessoal...
a música ditava envolvimento,

um minuto,
sonolento hoje, na distância
que liga tua presença ao infinito

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

...


Nessa entrega,
veio tua alma,algo louca...
Beijou-me na boca...
Passeou pelo corpo...
Quis tudo,e, contudo,
nada exigiu...
Apenas carinhos pediu...
Teu corpo beijei,
teu sexo acariciei,
e assim nos amamos...
Sem nada sabermos,
sem nada querermos...
Apenas... o que se viveu...